DESABAFO DE UMA MÃE
O DESAPARECIMENTO DAS ESCOLAS INFANTIS
Compaixão. Solidariedade. Tristeza. É isso o que eu sinto quando vejo o cenário das escolas particulares de educação infantil no meio dessa pandemia. Vejo escolas fazendo rifa de pizza, de feijoada, para pagar o aluguel. Vejo as escolas fazendo contas infinitas para dar aos pais o máximo de desconto possível dentro da realidade e de modo a evitar demissão dos professores e demais funcionários. Vejo donas de escolas e professoras elaborando atividades atrativas e adequadas para que os pais façam em casa com os pequenos. Vejo o desespero dessas escolas. Imagino o quanto já choraram. Muitas estão fechando as portas e muitas ainda vão fechar. A estimativa é de que 80% das escolas infantis particulares fechem. Vejo pais com atitudes mesquinhas e de falta de humanidade exigindo descontos avassaladores. Certas propostas levariam as escolas à falência. Vejo pais amorosos e solidários. Estes sim, verdadeiros amigos da escola. O seu filho não fica ali somente para correr, brincar de massinha e aprender letrinha. Você coloca o seu filho ali com mil exigências e observações quanto às alergias, dengos e manias dele. O seu filho fica ali para receber o cuidado maternal que você não pode dar enquanto você trabalha. O seu filho fica ali para ser cuidado com amor e confiança, afinal, é isso o que você espera de uma escola de educação infantil, já que o seu filho tão pequeno ainda não sabe se expressar adequadamente. Pois o mesmo amor e confiança agora quem precisa é a escola. Para que ela não morra. E para que assim o seu filho tenha também um lugar para retornar quando o mundo voltar ao normal. Garra. Força. Esperança. É o que eu sinto quando vejo o cenário das escolas particulares de educação infantil. Eu sou o que eu sou porque as escolas pequenas abriram as suas portas a mim quando eu ainda não era ninguém. Meu gigantesco abraço no ❤ de cada uma de vocês. Sim, eu choro junto.
Denise Dias - Terapeuta
Mãe do Rafael, 3a e meio.
A Sr. Denise Dias descreveu muito bem o que as escolas estão passando. Entendo os motivos dos pais e entendo o motivo das escolas. Para chegar a um acordo para a solução desse problema, ambas as partes devem fazer o sacrifício necessário para manter os alunos nas escolas, pois as orientações que os pais recebem dos professores são fundamentais para não estacionar a maturidade escolar das crianças. Educar é um das principais funções dos pais e isso deveria ser também prazeroso. Isso é, antes de mais nada, um ato de amor para os seus próprios filhos.
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