PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO COMEMORA 60 ANOS

20/10/2017 - Arq Rio
Por: Priscila Xavier

"A Paróquia São José Operário, no Jardim Guanabara, na Ilha do Governador, completou 60 anos de fundação no dia 16 de outubro. Para celebrar a data e agradecer a Deus pelos benefícios recebidos, a comunidade paroquial realizará festejos entre os dias 27 e 29 de outubro.

A comemoração contará com a presença do bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Roque Costa Souza, do provincial dos Missionários da Sagrada Família no Brasil, padre Itacir Brassiani, do conselheiro geral, padre Julio César Werlang, além de demais sacerdotes e fiéis.

Pároco da comunidade há quase cinco anos, padre Vergílio Moro destacou as duas intenções para o jubileu de 60 anos: “Através desse jubileu, queremos, como Igreja, primeiramente, pedir perdão a Deus pelas falhas que aconteceram na caminhada evangelizadora, mas também bendizer, porque muitas bênçãos aconteceram pela graça de Cristo em nossa comunidade”, frisou.

O sacerdote ainda recordou a missionariedade como uma das bênçãos ao longo desses 60 anos. “O que há de mais marcante ao longo desses anos é a missionariedade. Esta é uma característica bem forte: o povo em saída. Além disso, o protagonismo dos leigos, nas suas lideranças, que assumem sempre mais, junto aos sacerdotes, suas funções nas comunidades”, sublinhou.

A paróquia já se prepara para os festejos há um ano. “Iniciamos a preparação do povo de Deus para o jubileu no dia primeiro de maio, na festa do padroeiro. Carregamos o tema: “Por uma paróquia missionária”, pois queremos criar, sempre mais, essa consciência missionária na comunidade”, finalizou.

Ainda segundo o pároco, muitos trabalhos sociais são realizados junto à comunidade paroquial. Num deles, as famílias inscritas no projeto são acompanhadas por uma assistente social e passam a receber, durante seis meses, uma cesta básica. Após o período, essas famílias dão lugar a outras, que passam a receber o benefício. Com isso, por mês, são distribuídas cerca de 90 cestas.

Breve histórico

Na metade do século 20, os moradores do bairro da Ilha do Governador almejavam a construção de uma igreja local que pudesse atender aos anseios pastorais da comunidade. Porém, o primeiro passo para a construção do templo era a escolha de uma região.

Nesse período, na região da Ilha do Governador, nascia uma nova localidade: o bairro Jardim Guanabara, com forte desenvolvimento. Logo foi decidido que a santa missa seria celebrada no local aos domingos.

A congregação holandesa dos Missionários da Sagrada Família (MSF), fundada, em setembro de 1895, pelo padre francês Jean Berthier, chegou ao Brasil em 1911. Os missionários chegaram à Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1935, mesmo ano em que foi fundada a primeira comunidade dos MSF na cidade.

O reverendo, padre Henrique Brück, que havia chegado ao Brasil em agosto de 1946, quando passou pela Paróquia do Senhor Bom Jesus, no Estado do Rio Grande do Sul, estava à frente dos trabalhos na Ilha do Governador. Ele obteve do comando do Corpo de Bombeiros a permissão para celebrar, temporariamente, as missas no recinto do quartel, na Estrada do Galeão.

Em 1956, o padre Henrique Brück foi substituído pelo padre Ladislau Schultz, que deu início às celebrações, instalando o altar sob o arco existente até hoje no local. A Companhia Imobiliária Santa Cruz do Jardim Guanabara decidiu doar um lote situado na Rua Gregório de Castro Morais para a construção definitiva do templo.

Em novembro do mesmo ano, as obras da paróquia, projetadas pelo arquiteto Paulo Andrade, tiveram início. Devido à troca de comando do Corpo de Bombeiros, o templo provisório precisou ser transferido para debaixo da marquise da quitanda de Dona Mocinha, que era muito conhecida  na região.

De acordo com padre Vergílio, a escolha do nome da nova matriz foi devido à devoção do então pároco. “Padre Ladislau tinha uma devoção muito grande a São José. Como era polonês, era costume na Europa a afeição ao pai adotivo de Jesus. Por isso, acredito que a escolha do nome tenha sido uma decisão pessoal do sacerdote”, pontuou.

A imagem de São José foi transferida do Corpo de Bombeiros, em procissão, até o local onde estava sendo construída a igreja, para a primeira festa do padroeiro, no dia primeiro de maio de 1957. A visão da tão sonhada paróquia ainda estava distante do que os fiéis esperavam: paredes expostas, chão batido e portas improvisadas com tábuas de caixote. Mas nada desanimava os futuros paroquianos.

Já em 16 de outubro do mesmo ano, após o término das obras, o templo foi elevado à categoria de Matriz. A inauguração da Paróquia São José Operário foi presidida pelo então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, no dia 27 de outubro, na Festa de Cristo Rei.

Programação

No dia 27 de outubro, a missa será presidida pelo provincial dos MSF, padre Itacir Brassiani, às 19h30, com o tema: “São José Operário na Família de Nazaré”. Nesta data, será hasteada a bandeira da paróquia, a qual será usada somente nos principais eventos da comunidade.

Além disso, será cantado o hino dedicado ao jubileu para marcar a data, e também haverá a inauguração do sino paroquial. “O sino será um sinal auditivo, que traz sempre a lembrança da voz de Deus em nosso meio”, afirmou padre Vergílio.

No dia 28, com o tema: “São José na Congregação dos MSF”, a celebração eucarística será presidida pelo conselheiro geral dos MSF, Julio César Werlang, às 19h. A data ainda contará com a presença do reitor da Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha, Thiago Sardinha, e dos grupos de oração da Arquidiocese do Rio.

O encerramento dos festejos será no dia 29, com o tema: “São José Operário na Missão”. A missa da Igreja Missionária será celebrada pelo bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro Dom Roque Costa Souza, às 10h30. À tarde, acontecerá a procissão da luz, às 17h. Já a missa da Paróquia Missionária será celebrada pelo padre Donato Durães Vasconcelos, às 19h.

Durante todo o mês de outubro, cerca de 40 equipes, compostas por três missionários, realizam as visitas missionárias nas casas das famílias. Além disso, de acordo com o pároco, cada semana traz um momento celebrativo, como missas, adorações e atividades."